quarta-feira, 2 de julho de 2008

Um.

Tínhamos mais ou menos 13 anos quando começou. Eu poderia ter evitado, já que a iniciativa foi minha. Bom, na verdade não foi algo concreto e realizado. Jogávamos vídeo-game, num Super Nintendo (éramos viciados) algum jogo de corrida ou de luta (algum clássico, talvez Mortal Kombat ou Street Fighter). Tudo bem, voltando. Estávamos no sofá, eu e ele.

- Perdeu! - gritou e em seguida gargalhou.

- Meu controle tá com defeito, assim não vale! - reclamei, mentindo e rindo também.

Dei um soco no braço dele e ele me empurrou, tudo na brincadeira. Então começamos a nos empurrar, até que ele pulou em cima de mim e começou a cutucar minha barriga para fazer cóssegas. E foi aí que começou...

Tentando me desvencilhar do seu "ataque", me debatia no sofá e meu pé chegou até o meio das pernas dele. Mas não com força, não para dar um golpe baixo. Lembro que ele ria com aquilo. Meu pé se "enroscava" no órgão dele por cima de sua roupa.

Éramos muito jovens e aquilo não passava de brincadeira (pelo menos por enquanto). Não nego que sentia uma pequena atração por ele, mas é bem verdade que eu não sabia o que significava essa atração.

Eu, Gui. Ele, Matheus.

Tínhamos em torno de 9 ou 10 anos quando nos conhecemos. Lembro-me ainda disso muito bem. Ele era o vizinho novo da casa ao lado. Eu era um garoto sozinho (já tinha um irmão de 1 ano, mas ele morava com minha mãe em outra cidade). Ele tinha muitos brinquedos. Eu tinha um quintal enorme onde passava o dia com meus brinquedos. Pontos convergentes ou divergentes? (...)

Nos conhecemos quando sua mãe veio à minha casa pedir para que eu passasse um dia lá. Fui e não me arrependo até hoje. Muita coisa na minha vida (senão ela toda) seria diferente se eu não tivesse ido. Nossa amizade se formou e se firmou.

Guilherme e Matheus. Os dois melhores amigos, os dois vizinhos, os dois futuros amantes.
O que sinto por ele hoje é fruto de uma verdadeira amizade, de um sentimento confuso que talvez não seja amor e que possivelmente não tenha bem um nome. Mas eu gosto de chamar de "amor". Há pouco menos de um ano descobri que sentia mesmo isso.

Saltando no tempo, do passado "distante" para o menos "distante". Voltando ao sofá.
Matheus sorria quando meu pé tocava, por cima de suas vestes, o seu órgão. Aquela brincadeira era legal. Eu gostava, ele também. Por que não fazê-la mais vezes? É, eu fiz.

Como ele morava na casa ao lado, nos víamos todos os dias, de segunda a segunda. Nas outras vezes em que jogamos video-game não foi diferente. Na primeira oportunidade estávamos com a nossa "brincadeira" (13 anos, hormônios saltando pelos olhos, amizade criando cores). Eu não me via como gay, ele também não.

Lembro-me muito bem de uma vez em que sentamos no chão para assistir um filme da "Sessão da Tarde", algum filme de romance. Já perto do final do filme, Matheus estava com as pernas sobre as minhas. Olhei para ele, ele me olhou. Sorrimos. Eu já começava a me excitar quando estávamos bem próximos em momentos assim.

Acho que um ano depois a nossa brincadeira deixou de ser brincadeira. Tornou-se algo como um desejo, uma vontade de fazer para sentir algo. E foi então que, quando comíamos um bolo sentados na mesa, eu não resisti. E não me refiro ao bolo. Estiquei minha perna por baixo da mesa para alcançá-lo. Meu pé tocou o meio de suas pernas. E ele estava excitado...

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa cara! Muito bom esse começo! Continua postando! Parabéns e sucesso!

Unknown disse...

Nossa ótimo, continua agora vou estar smpre aki para pegar as atualizações..
!!!!!

adorei