quinta-feira, 3 de julho de 2008

Beijo debaixo da cama.

Tenho a impressão de que preciso de uma namorada. Não de uma namorada heterossexual, mas de uma lésbica. Sim, porque aí com certeza não haveria riscos de disputarmos homens ou mulheres, e também confiaríamos segredos íntimos, profundamente íntimos. Eu sempre achei lesbianismo bastante interessante, pra não dizer belo. Mas enfim, estar com uma mulher ao lado é sempre bom para a própria imagem. Os outros querem te ver assim. E com uma namorada lésbica, tanto eu como ela estaríamos unindo o útil ao agradável.

Voltando à mesa...

Matheus estava excitado, rigidamente excitado. Eu não contive o riso discreto, nem ele. Continuamos a comer o bolo, continuamos a brincar. Nós, dois adolescentes bem novinhos descobrindo o sexo. Ou os sexos.

A partir de então, sempre que nos víamos eu sentia uma louca vontade de pegar nele. Naquele tempo não me importava mas hoje me questiono o motivo de apenas eu pegar nele, e não ele em mim. Tudo bem, isso no mundo GLBTTT (não sei pra que tanto T, bastava GLS) se chama "ativo" e "passivo".

Apreciávamos a companhia um do outro, mesmo sendo ainda bem jovens para sabermos disso. Mesmo sendo grandes amigos, mas talvez por isso nos tornamos tão íntimos. E com pouco tempo eu já fazia carícias nele. Passava a mão sobre seu pescoço, sua barriga, suas pernas. Ele gostava de segurar na minha mão. Interessante isso, vai ver que ele se sentia seguro quando estava assim comigo. Seus braços já eram bem peludinhos e ele sabia que eu adorava puxar levemente os pêlos.

Engraçado que às vezes quando ia dormir, eu me perguntava se não estava pecando. Naquela época eu tinha o hábito de rezar sempre antes de dormir. Acho que nunca vou entender bem isso de ser ou não ser pecado porque a Bíblia diz que é ou não é. O que eu sei é que Deus (ou seja qual for o nome que as religiões usem), se realmente existir, não quer ódio e mal. E o que eu e Matheus fazíamos não era fruto de ódio nem de maldade. Era inocente, mas depois passou a ser belo, muito belo. E lindo.

Páro agora e me pergunto como ninguém nunca nos pegou no flagra... Como nunca viram eu o tocando e vice-versa. Talvez porque sua mãe trabalhava o dia todo e ele ficava em casa com a tia (que não saía da frente da TV um minuto) e a irmã (acho que naquela época ela tinha uns 7 anos ou 6). E na minha casa geralmente não tinha muita gente também. Enfim, chamemos de sorte.

Uma vez brincávamos com sua irmã dentro da casa dele. Nos escondíamos para que ela tentasse nos encontrar. Não esqueço de quando ficamos debaixo da cama da mãe dele, bem apertadinhos, e nos beijamos pela primeira vez. É, talvez tínhamos 14 anos. Nos beijamos silenciosa e demoradamente, um beijo inocente mas quente, muito quente. Dia inesquecível, aquele...

Falando em beijos, voltando um pouco ao presente. Quando conheço algum cara e tenho uma breve relação sexual com ele (entenda-se apenas uma transa), não gosto de beijá-lo. Por mais bonito que seja, por mais limpinho, cheiroso ou bem vestido que seja. Pode parecer estranho, mas acho mais fácil fazer sexo do que beijar. Às vezes tenho essas loucuras mesmo...

De volta ao passado.
Aquele beijo debaixo da cama foi caloroso, literalmente, porque começamos a suar. Depois do primeiro beijo, evoluímos, evoluímos. É, posso dizer que chegamos ao ápice, ou talvez ao início do mesmo. Quem sabe o ápice não é maior que o próprio início...

Um comentário:

Sr.Wonka disse...

adorei o blog e oq vc escreveu...


vo favoritar...

um otimo final de semana!!!